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A dor dos nossos filhos!

Das coisas que uma mãe ou um pai tem mais receio é que o seu filho se magoe, que não esteja bem, que sofra. Ficamos de olhos abertos, focados e alerta nos seus movimentos. Por vezes, muitas vezes, tendemos a não lhe dar espaço, nem oportunidade para que a tragédia aconteça.



Quando é bebé, temos pânico que caia ao chão ou se engasgue. Quando começa a andar e consequentemente, a correr, temos medo que tropece e esfole os joelhos ou parta a cabeça. Quando entra na escola, temos pavor que sofra de bullying ou não se adapte. Quando é pré-adolescente, temos temor que não esteja a crescer de forma madura. Na adolescência, assusta-nos a sua vontade própria, as cabeçadas que sabemos que vai dar e as parvoíces que vamos ter de ver e ouvir. Quando entra na faculdade, temos fobia que cometa loucuras e perca o juízo, deitando todo um trabalho de paternidade por água abaixo. Depois, vem o medo de não conseguir um bom trabalho ou de não ser bem sucedido. Quando junta os trapinhos com a cara metade, chega o receio que venha a ser mal-amado. Quando tem filhos, temos pavor de ficarmos esquecidos, lá atrás, em memórias da sua infância.


No outro dia, dizia-me uma amiga (a propósito do seu pré-adolescente), que nos dói muito, a nós pais, vê-los chorar, ouvi-los chamar sem podermos responder, sabê-los com dores que não podemos acalmar. No entanto, na vida, não se pode desistir assim, unicamente, porque dói. Durante toda a vida, haverá todo o tipo de dor. Cabe aos pais, saber preparar os seus filhos para a superação e não para o lamento. Como me diz um amigo, fazê-los homens e mulheres fortes e respeitadores, que se saibam comportar como os homens e as mulheres que têm de ser.


Para os nossos filhos serem homens e mulheres fortes e bons, têm de aprender a

lidar com a dor, desde muito cedo. Não nos iludamos. Poupá-los à frustração e ao desânimo não os vai fazer crescer, mas sim, ficar retidos num tempo que já passou e ao contrário do esperado, entram numa espiral de ainda mais sofrimento.


O meu divórcio ajudou-me muito a ter noção do que não controlo, no que diz respeito à protecção dos meus filhos. Há mesmo males que vêm por bem. Tê-los muito tempo longe, permitiu-me aprender a moldar o coração ao que não domino. Mostrou-me que há um caminho que só eles podem percorrer, ainda que eu possa, de alguma forma, amparar ou vigiar. Deixá-los dar as suas quedas é permitir que aprendam a levantar. Não há melhor ensinamento para o seu futuro de adultos.


Este é um desafio constante e nada fácil de discernir. Requer empenho e dedicação da nossa parte, mas nunca ninguém disse que ser mãe ou pai seria fácil. Ser responsável por um filho põe um peso enorme nas nossas costas, mas foi uma responsabilidade que aceitámos carregar. A nossa recompensa é ir constatando aos poucos as suas pequenas ou grandes conquistas, enquanto vão crescendo. Nessas alturas, vamos ter a certeza de que estamos a fazer um bom trabalho.


AS

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