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A Síndrome de Fadiga Crónica

A síndrome da fadiga crónica diz respeito a uma fadiga duradoura,

grave e incapacitante, sem causa física ou psicológica comprovada e sem a presença de alterações objetivas nos exames físicos ou de laboratório.


A Síndrome de Fadiga Crónica (SFC) também designada por Encefalomielite Miálgica (EM) é responsável por apenas 3% dos casos de fadiga persistente e pode afetar 400 a 2500 casos por cada 100.000 adultos, a nível global. Em Portugal não existem estatísticas de prevalência desta doença, afetando mais mulheres do que homens, atingindo pessoas de todas as etnias, grupos socioeconómicos e de todas as idades.


A SFC é um conjunto bastante complexo de sintomas onde o predominante é uma fadiga intensa, durante pelo menos, seis meses consecutivos ou mais, sendo uma forma profunda de exaustão e falta de energia, que se pode tornar incapacitante para mais de metade dos doentes. Existem ainda outros sintomas, como: alteração nas capacidades de memória e concentração, dores de garganta, gânglios linfáticos inchados, dores musculares e articulares, sono não reparador e perturbações emocionais.

As queixas da Síndrome de Fadiga Crónica variam de doente para doente e podem ser moderadas ou graves, definindo assim um espectro funcional que vai do mero incómodo até à incapacidade para manter um emprego, as atividades domésticas ou mesmo para desfrutar o convívio com a família e com os amigos, o que torna a doença heterogénea nas suas manifestações.


É uma síndrome que gera alguma incompreensão, por ainda não se conhecer muito bem as causas que estão na sua origem e não haver alterações detetáveis nos exames laboratoriais e nem nos exames complementares de diagnóstico, sendo o mesmo feito mediante o historial clínico do doente e exclusão de outras doenças que justifiquem a sintomatologia. Para muitos dos doentes, o início dos sintomas começa por um mal-estar semelhante ao da gripe. A SFC tem sido relacionada com vários agentes infeciosos, no entanto não foi demostrado que algum deles fosse a causa efetiva do surgimento desta síndrome. Alguns especialistas acreditam que a SFC pode ser desencadeada por alterações genéticas associadas à exposição a determinados vírus e toxinas.

O grau de disfunção varia de doente para doente. Alguns continuam ativos em casa e no trabalho apesar de terem de reduzir o nível de atividade, enquanto outros ficam severamente incapacitados, vendo-se impossibilitados de continuarem as suas atividades de rotina.

Predominantemente afeta pessoas entre os 25 e os 45 anos, podendo, no entanto, afetar também crianças ou pessoas de mais idade.


Em Portugal existe ainda muito desconhecimento sobre esta síndrome, inclusive pela comunidade médica, o que leva a que muitos doentes estejam subdiagnosticados e subtratados. Por outro lado, como o principal sintoma desta síndrome, é um sintoma comum a dezenas de doenças, isto leva a que exista uma grande dificuldade de diagnóstico diferencial e precoce destes doentes.


Não havendo ainda uma causa específica atribuída, alguns estudos apontam para várias hipóteses. Uma das teorias defende que a SFC é causada por uma infeção persistente, que faz com que o sistema imunitário esteja constantemente “ligado” na tentativa de erradicar a infeção. Uma segunda teoria, apoiada por indícios consideráveis relaciona-se com a teoria da infeção crónica.

Uma outra teoria relaciona a SFC com o enfraquecimento do sistema nervoso autónomo, a parte do sistema nervoso que controla as funções automáticas vitais do corpo (tensão arterial, ritmo cardíaco e temperatura corporal).

Também tem sido estudada a possibilidade de algumas pessoas desenvolverem SFC devido a exposição a uma toxina, a traumas, ao stress físico e emocional, às alterações da produção de energia, alterações no sistema imunitário e alterações no sistema neuro endócrino.


Sintomas de fadiga crónica

A maioria das pessoas que apresenta síndrome da fadiga crónica é bem-sucedida e executa tarefas em alto nível até o início do distúrbio. O principal sintoma é a fadiga, que dura, normalmente, pelo menos seis meses, e é suficientemente grave para dificultar as atividades diárias. A fadiga grave está presente mesmo ao despertar e persiste durante o dia todo. A fadiga geralmente piora com esforço físico ou durante períodos de tensão psicológica. No entanto, não há evidência física de fraqueza muscular ou de alterações articulares ou nervosas. A fadiga extrema pode começar durante ou após a recuperação de uma doença que lembra uma infeção viral, com febre, corrimento nasal e linfonodos sensíveis ou doloridos. No entanto, em muitas pessoas, a fadiga começa sem nenhuma doença semelhante anterior.

Outros sintomas que podem ocorrer são dificuldade de concentração e em adormecer, dor de garganta, cefaleia, dores nas articulações, dores musculares e dor abdominal. A depressão é comum, especialmente quando os sintomas são graves ou quando há piora. Os sintomas geralmente sobrepõem-se aos da fibromialgia que é um distúrbio relacionado.

Não há análises laboratoriais que confirmem o diagnóstico da síndrome da fadiga crónica. Portanto, os médicos precisam descartar outras doenças que podem causar sintomas semelhantes. O diagnóstico da síndrome da fadiga crónica só é feito se não se encontrar qualquer outra causa, incluindo os efeitos colaterais dos medicamentos, que explique a fadiga e os demais sintomas.

Em 2015, o Instituto de Medicina (atualmente denominado Divisão de Saúde e Medicina da Academia Nacional de Ciência, Engenharia e Medicina) propôs uma nova denominação para esse transtorno, que passou a ser chamado de doença sistémica de intolerância ao esforço (DSIE). Eles também simplificaram os critérios para o diagnóstico e reconheceram a legitimidade desta doença debilitante.


TRATAMENTO

Na maioria dos casos, os sintomas da síndrome da fadiga crónica diminuem com o passar do tempo. No entanto, geralmente, leva-se anos para que os sintomas diminuam, e nem todos os sintomas desaparecem. As pessoas podem se recuperar melhor caso se concentrem mais em qual função podem recuperar em vez de quanto da função foi perdida.


Sintomas específicos, como dor, depressão e dificuldades em dormir descansado são tratados. Os únicos tratamentos de eficácia comprovada para a própria síndrome da fadiga crónica são terapia cognitivo-comportamental e exercícios graduados.

Muitos medicamentos diferentes e terapias alternativas foram testados para tentar aliviar a própria fadiga crónica. Embora muitos tratamentos, como antidepressivos e corticosteroides, pareçam fazer com que algumas pessoas se sintam melhor, nenhum deles foi comprovadamente eficaz para todas as pessoas.


É , no entanto, ainda muito difícil para as pessoas e os médicos dizerem quais os tratamentos que funcionam porque os sintomas são diferentes entre as pessoas e porque os sintomas podem aparecer e desaparecer sozinhos.


Autoria: Maria João Andrade

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