Dia Internacional da Mulher! Primavera!:)

É inevitável pensar neste mês e não pensar logo na chegada da Primavera assim como no dia da Mulher. A maior parte dos dias festivos existem, para não nos esquecermos de que um dia a causa / motivo festejado, não era valorizado. Representam sempre uma conquista, uma vitória! E o caso do dia da Mulher, não é excepção, mesmo ainda estando nós longe de uma real igualdade, em vários aspectos. Muito já se foi conseguindo e eu sou muito grata por todas as Mulheres que lutaram pelos seus direitos, e que me permitem estar hoje aqui, a escrever de forma livre, sem censuras! :) Sendo uma filha do 25 de Abril, não deixo de carregar e valorizar este feito com muito orgulho... Sermos LIVRES, em vários aspectos!
Sobre a Mulher, muito poderia falar, temas tão diversificados para um ser sem dúvida tão multifacetado. Mas uma vez que sou Nutricionista, escolho falar da
SAÚDE, IMAGEM, PRESSÃO SOCIAL.... BALANÇA!
Que não deixa de ser muitas vezes uma prisão num país livre como o nosso... E isto dá que pensar, não dá?
Por isso mesmo, começo pela última, que ironicamente mal uso, logo para agarrar e desmistificar o tema da IMAGEM CORPORAL. Vou falar mais da Mulher, pelo tema do mês, mas na verdade o tema é valido para ambos os sexos. Vivemos numa sociedade cada vez mais exigente, uma sociedade demasiado “exigente” de PERFEIÇÃO, diria mesmo: com “fome de perfeição”. Uma sociedade com demasiadas crenças sobre o saudável e não saudável, uma sociedade que ainda acredita em velhas crenças de que magreza é sinal de saúde e excesso de peso, falta desta. E tal ideia não poderia estar mais errada, o nosso corpo não nos define, tal como a gordura não determina o nosso “grau” de saúde. Sermos catalogados pelo nosso peso / corpo / imagem, é de uma crueldade atroz que na maior parte das vezes, quem agride, nem tem noção dos estragos causados. Como Nutricionista, vejo muitas vezes o tamanho da injustiça das pessoas julgadoras, que criticam pelo peso alguém que nem conhecem, muito menos a sua história de vida, história clínica, se está em programa de emagrecimento por exemplo. Conseguem imaginar o peso de uma critica relativa ao peso, a uma pessoa que está a tentar emagrecer? Como a autoestima de motivação vai abaixo em segundos? Dá para imaginar, o sofrimento de alguém numa entrevista de emprego, que sente que o seu peso / imagem fala mais alto? O peso de andar na rua e sentir o peso dos olhares sobre si?
Tenho uma postura estranha para Nutricionista? Talvez tenha, mas defendo a luta de cada paciente, com muito respeito e não gosto de ver o peso que a cultura das dietas e o “marketing nutricional” tem nas nossas vidas neste momento. E o mais irónico é pensar que nunca se comeu tão mal, tendo tanta informação, mas talvez o problema esteja mesmo aí, criou-se uma sociedade cheia de informação sem filtro, sem regras. Onde todo o marketing e até muitas vezes os próprios médicos, alimentam a ideia de que para se ser
saudável, é só preciso sermos magros! Uma verdade que não podia ser mais errada! Magreza não é sinal de saúde! Se existe crença que precisa ser eliminada, esta sem dúvida é uma delas!
Temos um marketing fortíssimo, em fazer sentir-se mal uma mulher com gordura/peso a mais, pois este é feito com base em números, kg´s, calorias, gramas e não sentimentos. Produtos incríveis com 0 calorias, máximo sabor... Verdade: zero açúcar, muito adoçante e sabor artificial... Isto para não falar de todos os estudos que existem por excesso de uso de adoçante e o aparecimento de várias patologias...
Teríamos muito para falar sobre este tema, mas hoje o tema é outro!;)
O tema é a Mulher e o peso que sente com o seu peso... O engano da saúde traduzida em kg´s.
É normal ouvirmos dizer perdi 3kg´s super feliz, mas para mim isso não me diz nada... Porque se tiver perdido 3kg´s em massa muscular, é apenas um motivo para ficar preocupada e não feliz! ;)
Por isso é que os números na balança para mim nada dizem, o que precisamos sim, é de saber a que correspondem os 3kg, e para isso sim, precisamos e uma balança, mas uma de bioimpedância, como a que há no ginásio! ;) Não deixem que publicidades que digam “perca x´s kg em 15 dias / 1 mês” vos iludam!
Quando perdemos massa muscular num programar de perda de peso, é sinal que a gordura ficou lá toda e quando aumentarmos na balança (sem termos mudado os nossos hábitos alimentares, assim como outros hábitos), podem ter a certeza que será um aumento só de gordura. Embora possam pensar “recuperei, fiquei na mesma”, tal não é verdade, ficamos sim, com mais gordura no corpo da que tínhamos antes de emagrecermos, pois esta “nova” foi-se juntar à que já lá estava e nunca foi tirada! ;)
Por isso, não, a forma do nosso corpo, o sermos magras, ou não, não define a nossa saúde! ;) Cuidarmos de nós com cuidado, e acima de tudo respeito é crucial! Ninguém diz quando se apresenta “olá sou a ... tenho, x´s anos e ...kg!” certo? Somos muito mais do que um corpo, não nos resumimos a uma imagem corporal! Por isso vale a pena cuidarmos o nosso corpo por dentro, cuidar de nós de verdade e não cuidar de um corpo para mostrarmos aos outros! ;)

É importante ainda referir que para cuidarmos verdadeiramente do nosso corpo de uma forma saudável, não precisamos dar atenção exclusivamente à nossa alimentação. Não!
Para sermos consideradas pessoas saudáveis, precisamos cuidar de 3 PILARES:
- Alimentação
- Desporto
- Mente
Acredito que tenham ficado a pensar na “MENTE”, eu explico, a nossa mente, o nosso bem estar emocional, tem sido muito desvalorizado nos últimos tempos. Volto a referir que vivemos numa sociedade demasiado exigente, demasiado acelerada, não há tempo para parar, pois parar faz de nós pessoas menos produtivas... Será que faz? Não é o facto de estarmos horas seguidas a trabalhar, sem pausas, noites mal dormidas, a comer qualquer coisa rápida e prática, que faz de nós, profissionais melhores, mais competentes... Não! Na maior parte das vezes essas profissionais, caiem num Burnout, num cansaço extremo, pois na maioria dos casos ainda continuamos a ser profissionais e mães ao mesmo tempo (apesar de ter vindo a melhorar, o peso ainda continua a cair muito nas mulheres, nesta parte).

Talvez pelo peso do passado, por esta luta constante de desigualdades, que continuamos a sentir, acabamos por desvalorizar o nosso descanso, tão precioso. Parar 15 min (#osmeus15min) faz uma diferença muito grande e não é um sinal de preguiça, mas sim de respeito pelo nosso lado psicológico. Quantas vezes já não demos por nós a “criticar” alguém que está num café, num banco a ler? ;) (Sim, vou sempre buscar os livros! ;) )
O que vale mais, ou é mais importante? Uma mulher que sabe parar 15 min todos os dias (no mínimo, o ideal até é ser mais), e respeitar assim o seu equilíbrio psicológico, que se irá refletir no seu trabalho, OU uma mulher esgotada que não para um minuto que seja, colocando assim a sua saúde em causa?
Sempre ouvi dizer que uma mulher prevenida vale por duas e este ditado não é à toa se pensarmos bem! ;) Doente serei sempre menos produtiva, do que uma mulher que não tem problemas em parar 15 min e “respirar”, não acham que vale a pena pensarmos nisto?
Cabe a nós fazermos a diferença no respeito que temos por nós.
O tempo total de horas a trabalhar sem descanso, não é representativo do valor do nosso trabalho! ;)
NOTA: dei o exemplo dos livros/ler, mas cada uma de nós tem os seus gostos e o importante é termos pelo menos 15 min todos os dias a fazer algo que gostemos! ;)
Vale a pena pensar nisto não acham?;)
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