As férias voaram de tão boas que foram. Num ápice, regressaram as rotinas, o trabalho, a escola, o stress e a falta de tempo. Do que sinto mais falta é de não ser escrava do cumprimento de horas, o que, em período de férias, me faz aproveitar muito mais o tempo com os meus filhos.
Este ano, tivemos uma alteração de escola, com a Catarina a mudar para a escola pública, apesar de manter-se ainda em pré-escolar. Por enquanto, não estou nada arrependida de não a ter inscrito como condicional no 1º ano. Estrategicamente, conseguimos que ficasse numa escola pertinho da do mano.
Foi duro recomeçar, tanto para eles, como para mim. Custou muito entrar na rotina de casa-escola(-trabalho) e (trabalho-)escola-casa. Pelo meio, há, agora, que preparar lanches diários. Como em todas as outras casas, acresce a preparação de jantar, roupa para o dia seguinte, banhos, arrumar coisas espalhadas (a toda a hora), gerir birras, "meninos venham jantar" para aqui, "meninos vamos tomar banho" para ali, "meninos não gritem tão alto" para acolá. Culmina sempre na agonia que é o xixi-cama, que, lá em casa, tem toda uma dinâmica própria, implementada pelos espertalhões dos meus filhos, somente, com o intuito de atrasar o processo (não acredito estar a errar no julgamento).
Quando já dormem, parece que o mundo pára dando-me tréguas.
Só que não.
Na verdade, há ainda um conjunto de tarefas que ficaram incompletas ou que nem me tinha lembrado ainda. Deito, finalmente, a cabeça na almofada, rendida à estafa de um dia cronometrado.
O que fica de bom?
Os abraços que demos à partida e à chegada; as vezes que dissemos que nos amamos; aquelas gargalhadas ao jantar; as trocas de palavras na história antes de dormir; o beijo de boa noite envolto num abraço; o respirar profundo de quem dorme tranquilo.
Novo dia nasce, como dádiva de Deus. Abro os olhos e respiro, porque sei que a correria só vai terminar quando regressar para aquela cama. Porém, eles estão comigo e vejo-os crescer. É, também, nas rotinas que partilhamos o que somos. Não nego que anseio de novo as férias para brincarmos, rirmos, dormirmos, passearmos, abraçarmos sem pressas e sem correrias.
Até lá, esforço-me por aproveitar as folgas que o relógio me vai dando para criar memórias felizes.
Andreia Sécio
Incrível como estão a dar importância a uma pessoa tão egoísta, intolerante e que já
admitiu ser incapaz de perdoar. Comportamentos tão opostos de alguém que se diz católica e praticante.