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Métodos Contracetivos – Qual o melhor para mim?

Surgem sempre muitas dúvidas na hora de eleger o seu método contracetivo. Existem muitos fatores que determinam a sua escolha e é importante que seja informada de forma clara sobre os métodos disponíveis para que possa escolher livremente de acordo com a sua condição médica, as suas necessidades e as suas expetativas. O aconselhamento por parte de um profissional de saúde é fundamental para uma escolha acertada.


Em Portugal, 85,4% da população feminina em idade fértil usa um método de contraceção. Os métodos mais frequentes são a pílula, o preservativo e o Dispositivo Intra Uterino – DIU.


A maioria das mulheres pode utilizar contraceção sem restrições. No entanto, existem condições médicas em que o uso de alguns contracetivos não é recomendado por aumentar os riscos para a saúde. Vários aspetos devem ser ponderados: a forma correta de utilização, a eficácia, as vantagens e desvantagens, efeitos secundários, riscos e benefícios não contracetivos dos vários métodos.


Existem várias opções, a grande maioria disponível no seu centro de saúde. Deixo aqui um pequeno resumo.

Contraceção Hormonal Combinada: é aquela que contém uma associação de 2 tipos de hormonas: estrogénios e progestativos. Existe sob a forma de pílula, anel vaginal e adesivo transdérmico.


Com a utilização destes métodos podem surgir alguns efeitos indesejáveis como hemorragias entre ciclos - “spotting”, dor de cabeça, náuseas, dor mamária. Estes efeitos são normalmente de baixa intensidade, surgem com maior frequência nos primeiros meses de toma e, muitas vezes, desaparecem espontaneamente. Podem provocar ligeiras variações de peso (± 1 a 2 kg) que podem ser contornadas com cuidados alimentares e prática de exercício físico.


Ao contrário do que muita gente acredita, não há qualquer vantagem em interromper periodicamente estes métodos. Além de aumentar a probabilidade de uma gravidez não desejada, esta prática não diminui os riscos associados à sua utilização e não altera a fertilidade futura da mulher.


Para além da contraceção, estes métodos têm ainda outros benefícios como a regularização dos ciclos, a redução das dores menstruais e da síndrome pré-menstrual bem como a redução do fluxo.


Contraceção Progestativa: tem apenas 1 tipo de hormona na sua constituição e existe sob a forma de pílula, injetável, implante subcutâneo e DIU com baixa dose de progestativo.


O implante subcutâneo e o DIU são considerados métodos de longa duração, uma vez que depois de colocados têm a duração de 3 a 5 anos. Com a utilização da pilula com progestativo ou do implante é frequente ocorrer um padrão de hemorragia irregular; muitas mulheres deixam mesmo de menstruar, sendo considerado normal, pelo que não se deve alarmar.

Dispositivo Intra Uterino de cobre: Neste dispositivo não ocorre libertação hormonal, sendo também um método de longa duração – 10 anos. Com o DIU de cobre é frequente haver um aumento do fluxo menstrual. Este método é indicado em mulheres que tenham alguma

contraindicação para a utilização hormonal, nomeadamente doenças da mama e algumas doenças cardiovasculares.


Relativamente ao DIU, quer o de cobre quer o hormonal, podem ser utilizados por mulheres que nunca tiveram filhos.


Existem ainda os métodos de barreira, como o preservativo e os espermicidas, os métodos naturais, que implicam que a mulher aprenda a identificar o período fértil, conhecendo as modificações fisiológicas ao longo do ciclo menstrual, e os métodos cirúrgicos para situações em que se pretende contraceção definitiva. É de recordar que o preservativo é o único método de proteção contra as infeções sexualmente transmissíveis e deve ser sempre considerado em associação com outro método.


Não hesite em questionar o seu médico!

Drª Ana Catarina Henriques

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