São tão boas as recordações que guardo dos Natais da minha infância. A casa cheia, os presentes, a mesa farta do dia 24 ao dia de Reis, a roupa a estrear, o sapatinho na chaminé (ou exaustor). Depois de deixar de ser criança, a excitação acalmou bastante.
Porém, a cada ano que passa, depois do nascimento dos meus filhos, o entusiasmo tem vindo a aumentar de forma gradual, mas empolgante.
Cá em casa, o Natal é celebrar o nascimento de Jesus, que nascido numa manjedoura pobre e mal cheirosa, vem ao nosso encontro, como uma estrela guia, para nos fazer sentir imensamente amados. Só que tudo o que envolve esta época é quentinho e mesmo bom de celebrar, por isso esforço-me imenso por proporcionar aos meus filhos a experiência de um natal quente.
Tive uma professora na faculdade que nos desejava sempre um natal quentinho.
Aquilo ficou-me e desejo-o muitas vezes a quem gosto. Não há dúvida que quando o nosso coração está quente, somos muito mais felizes. É isso que quero passar aos meus filhos, que sintam o calor no peito, como quem é muito amado, por Deus, pela família, pelos amigos fantásticos que nos rodeiam. Um calor proporcionado, também, pela boa casa que temos, pela saborosa comida na mesa, pelas excelentes oportunidades que nos aparecem. O nosso Natal é mesmo quente e bom, independentemente do número de presentes ou da qualidade dos mesmos.
Uma das nossas tradições é abrir os presentes de manhã, ao acordar, com a excepção dos Natais em que apanho os meninos, apenas, no dia 25. Nessas alturas, já não corremos para o sapatinho, mas remediamos de outra forma. Esta alternância de casas não é fácil nestes dias especiais que apelam à família. Com o passar dos anos, vamos ganhando calo e fazemos do tempo que temos o mais quente de sempre.
A vida não é sempre cor-de-rosa, o pai-natal não existe e é raro ouvirmos sinos a tocar. Cabe-nos a nós lutar, todos os dias, por manter o coração quente com o que nos faz, verdadeiramente, felizes.
Só assim, conseguiremos celebrar um bom Natal e levar
um feliz Natal aos outros.
Um Natal muito quentinho para todos, são os desejos da Família Raríssima!
Andreia Sécio
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