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O que é um AVC?, por Maria João Andrade


Acidente Vascular Cerebral ou AVC resulta da interrupção súbita na circulação sanguínea para o cérebro, impedindo o cérebro de receber oxigénio e nutrientes, levando à lesão das células cerebrais, que morrem ou deixam de funcionar normalmente.



Causas

Na sua origem está, em 85% dos casos, um bloqueio da irrigação sanguínea devido à obstrução de uma artéria cerebral – AVC Isquémico.

Este bloqueio pode dever-se a uma trombose (quando se forma um coágulo no interior de uma artéria cerebral) ou a uma embolia (quando um coágulo pré-existente é transportado pela circulação sanguínea).

Em cerca de 15% das situações, o AVC tem origem no rompimento de uma artéria, que dá lugar a uma hemorragia – AVC Hemorrágico.

Existe, ainda, uma outra forma de AVC de duração mais reduzida, inferior a 24 horas, que se designa por Acidente Isquémico Transitório (AIT). Nestes casos, o entupimento da artéria cerebral é meramente transitório e os sintomas podem durar alguns minutos ou horas.


É importante reforçar que, mesmo AIT, é fundamental recorrer ao Hospital, uma vez que esta pode ser o primeiro sinal de um AVC com consequências devastadoras. De facto, uma em cada cinco pessoas que apresenta um AIT irá sofrer um AVC extenso nos próximos três meses. Nunca se deve ignorar um AIT.


Seja qual for a causa, o AVC é sempre uma emergência médica e é urgente atuar o mais rapidamente possível, já que pode ter efeitos nefastos imediatos. Nas situações isquémicas é, muitas vezes, possível minimizar os danos com um tratamento que apenas é eficaz até quatro horas e meia após o surgimento dos primeiros sintomas. Já nas situações hemorrágicas, pode ser necessária intervenção cirúrgica urgente.


O AVC é a principal causa de morte em Portugal.

Em todo o mundo, estima-se que, uma em cada seis pessoas terá um AVC, a cada segundo uma pessoa sofre um AVC e a cada 6 segundos o AVC é responsável pela morte de alguém.


Fatores de risco

Alguns fatores de risco para acidente vascular cerebral podem ser controlados ou modificados até certo ponto, por exemplo, tratando o distúrbio que aumenta o risco de acidente vascular cerebral.

Os principais fatores de risco modificáveis para os dois tipos de acidente vascular cerebral são:

- Colesterol elevado

- Hipertensão

- Diabetes

- Tabagismo

- Obesidade, em especial se o perímetro abdominal for elevado

- Consumo excessivo de álcool

- Excesso de sal

- Falta de atividade física

- Dieta pouco saudável (como aquelas que apresentam um teor elevado de gorduras saturadas)

- Depressão

- Depressão

- Doenças cardíacas

- Inflamação dos vasos sanguíneos


Recuperação

A recuperação de um AVC demora tempo. Cerca de um terço dos doentes recupera de um modo significativo no primeiro mês, mas muitos doentes irão exibir sequelas ao longo das suas vidas, e irá depender não só da localização e extensão do AVC, mas também do tempo decorrido, razão pela qual é crucial o recurso imediato ao Hospital quando existe suspeita de desenvolvimento de um AVC. A fisioterapia e a alteração no estilo de vida são aspetos importantes para a recuperação. A manutenção de uma atitude positiva, o suporte profissional e familiar são peças importantes para que tudo possa correr o melhor possível.

Prevenção


É importante controlar todas as componentes da nossa saúde, verificando regularmente a pressão arterial e o colesterol, não fumando nem consumindo álcool ou sal em excesso, mantendo uma dieta saudável e praticando exercício físico.

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