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Próxima paragem... S. Miguel, Açores

A primeira vez que andei de avião foi em 1995, quando os meus pais resolveram ir conhecer os Açores.

Claro que, com 14 anos e uma adolescência ao rubro, com melhores amigas, praia, rapazes e afins, havia coisas muito mais interessantes para fazer do que ir 20 dias conhecer cidades... Ainda por cima com os pais e amigos deles... Talvez por isso, achei que nada me tinha marcado ou impressionado...

Mais tarde, quando comecei a trabalhar na agência, comecei a falar do destino ... E percebi que, afinal, havia memórias marcantes... E principalmente as dos sabores...

É que... falar de S. Miguel é falar de leite, de queijo, de ananás, de chá...

Tantos sabores que se nos apresentam genuínos...


O leite que bebemos é o das vacas que vemos a pastar ao longo das estradas que percorremos... Os ananases são plantados e criados em estufas que podemos visitar e conhecer todo o procedimento que envolve o crescimento daquele fruto doce e carnudo... Nunca mais consegui saborear um ananás daqueles. Nem os que trouxemos ainda verdes, para amadurecerem cá, ficaram com aquele mel... E o queijo... Uns mais cremosos, outros mais fortes, com um toque a picante, outros mais leves... Mas todos deliciosos...

Durante o tempo que lá estivemos aprendemos algumas coisas interessantes... Os sargos, que vemos "á babuja" em qualquer porto, não prestam para comer. A água é quente demais para eles e a carne fica mole... Em contrapartida comem tubarão! Neste momento vem-me à memória aquele restaurante a beira mar, onde havia umas construções rochosas que recebiam a água do mar transformando-se em lagoas, onde podíamos molhar os pés para nos refrescarmos... Todo o restaurante tinha uma decoração cuidada, com o tema da música clássica... E a especialidade era precisamente o bife de tubarão! Um bife carnudo, parecido com o espadarte, servido com batata frita e salada, e com um sabor inconfundível a mar...

Noutra zona da ilha conhecemos as cracas. Trata-se de um marisco que cresce na rocha e tem de ser de lá arrancado literalmente á martelada... comem-se como os percebes e só é possível encontrá-lo neste arquipélago.

Outra coisa que apenas se consegue encontrar aqui, mais precisamente em S. Miguel, é o tradicional e pouco consensual cozido das furnas. Falamos aqui de um cozido que, em termos de ingredientes, é praticamente igual ao nosso (apenas trocam a batata pelo inhame); o que é realmente diferente é a forma da cozedura. Todas as madrugadas há habitantes da ilha a encherem tachos com os melhores ingredientes, fecha-los convenientemente e a colocá-los a cozer... Debaixo da terra... O cheiro a enxofre é intenso e talvez por isso, ou se ama, ou se adora... (Eu fui das que amei...) No final, ao fim de muitas horas de cozedura, o cozido é-nos apresentado num prato farto, com um pouco de cada ingrediente... E a magia acontece... Toda a experiência é única... E termina da melhor forma... Com ingredientes da melhor qualidade cozinhados debaixo da terra e a desfazerem-se na boca...

Não me recordo das sobremesas... Acho que aproveitámos todas as oportunidades para comer aquelas doces fatias de ananás!

De barriga feliz e coração cheio deixamos os Açores e fazemos as malas para a próxima paragem ...


Pronta para viajar comigo? Agora já pode... já me conhece... sou a Xana... a prova viva de que... se se deixar ir... a vida arranja forma de só nos levar para bons destinos...

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