Aos 5 anos perguntaram-me o que queria ser e respondi "mãe".
Em várias fases da minha infância e adolescência foram repetindo essa pergunta e cada vez esperavam uma resposta mais séria. Quando cheguei aos 15 anos chegou a vez de escolher um "caminho" e não fazia a mínima ideia daquilo que ia fazer dali para a frente, mas tinha de tomar uma decisão.
Bem... a primeira não foi muito duradoura. Decidi no 10° ano abraçar a minha paixão pelas Artes e seguir esse curso. Mas rapidamente percebi que não era aquilo que queria.
Felizmente tive muito apoio da minha família quando decidi mudar. O grande problema foi quando disse que queria seguir desporto.
Surgiam sempre colegas e amigos que diziam "pois, não queres é estudar e vais para desporto para ser mais fácil..."; para os professores também não tinha uma boa imagem, pois a turma de desporto era a turma dos rufias.
Mas tudo isto foi só falta de informação, pois nesta área tem de se estudar e não é pouco... para não falar de conciliar tudo isto com treinos e estágio. Ter a capacidade de treinar diariamente, decorar coreografias, aperfeiçoar a técnica dos movimentos e ter trabalhos e testes definitivamente não foi "pêra doce", especialmente quando alguns dos meus treinos me levavam a chegar a casa depois da meia noite e por vezes ainda não tinha tudo feito para o dia seguinte.
Essa é, no entanto, mais uma razão pela qual o desporto é tão importante para o desenvolvimento pessoal. Com toda a exigência da minha modalidade aprendi a ser responsável, a ouvir os outros, liderar e ser liderada. Acima de tudo aprendi que com persistência conseguimos alcançar qualquer objetivo. É por esse motivo que ainda hoje digo "com treino tudo se consegue".
Quando cheguei ao 1° ano de faculdade nem quis acreditar... Mas isso... fica para o próximo desabafo.
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