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Solidão, por Maria João Andrade


As relações sociais são uma componente fundamental da nossa vida.

Uma boa rede de amigos, familiares, pessoas que nos dêem suporte e que refletem connosco as nossas opções são determinantes nas nossas trajetórias de vida e, por isso, também na nossa saúde mental. Assim, a ausência destas relações, ou seja, o isolamento social, é algo que pode acontecer em algum ponto da vida, com implicações potenciais para a sua saúde e bem-estar.

É importante diferenciar este conceito de isolamento de um outro análogo, isto é, a solidão. Neste caso, até pode existir interação social, mas as relações que se estabelecem não são consideradas satisfatórias ou verdadeiras. Muitas vezes o isolamento e a solidão coexistem, embora sejam duas coisas distintas.


A solidão não é necessariamente o fato de estar sozinho, pelo contrário!

É a perceção de estar sozinho e isolado.

Quantas vezes já se sentiu sozinho numa sala cheia de gente?


A solidão é um fator de risco com forte potencial para a ocorrência de depressão. A perceção de não se sentir integrado no grupo pode gerar sentimentos de vulnerabilidade, que aumentam a probabilidade de comportamentos defensivos (não arriscar, permanecer calado, não confiar, etc).

A solidão, apesar de ser algo sentido a um nível universal, é ao mesmo tempo complexa e única a cada indivíduo e não tem causa única comum. Uma criança solitária que luta para fazer amigos na escola tem necessidades diferentes em relação a um homem idoso solitário que perdeu a sua esposa recentemente.


A solidão conduz ao sentimento de um vazio, sentimo-nos sozinhos e indesejados.


Nestas situações, as pessoas anseiam muitas vezes o contato humano, mas o seu estado de espírito faz com que seja mais difícil conectar-se com outras pessoas.


Existem diversos fatores que contribuem para a solidão, como seja o isolamento físico, a mudança para um novo local ou o divórcio, a morte de alguém importante na vida de uma pessoa, baixa autoestima... As pessoas que não têm confiança em si mesmas, muitas vezes acreditam que não são dignas da atenção ou do respeito das outras pessoas, podendo levar ao isolamento e à solidão crónica.


Permitir-se aceitar que a solidão é um sinal de que algo precisa mudar; compreender os efeitos que a solidão tem na sua vida, tanto física como mentalmente; considerar, por exemplo, fazer serviço comunitário ou outra atividade de que goste... estes contextos oferecem oportunidades para conhecer pessoas novas e cultivar novas amizades e interações sociais; focar-se no desenvolvimento de relacionamentos com pessoas que partilham atitudes, interesses e valores semelhantes aos seus são alguns dos passos que pode dar para se sentir melhor.

PENSE POSITIVO! ESPERE O MELHOR!

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